
Padre Quinzinho
Joaquim de Oliveira Noronha nasceu em Conceição dos Ouros, Minas Gerais, em 10.10.1897. Com apenas um ano de idade veio para São Caetano da Vargem Grande, hoje, Brazópolis, com seus pais e irmãos. Deu início a sua alfabetização com o professor Alberto Noronha e com a professora D. Maria Sandy Dias. Desde pequeno, ajudava nas despesas de casa, vendendo doces que eram feitos por D. Elisa, sua mãe. Era uma criança muito bondosa, estudiosa e humilde. Sua formação religiosa começou muito cedo. Era coroinha e tinha aulas com D. Augusto de Assis, vigário de Brazópolis. Foi escolhido, entre todos os coroinhas, para estudar no Seminário de Pouso Alegre, para onde foi, em 1908, com apenas 11 anos.Lá completou o curso primário, com vistas ao sacerdócio. Foi para Guaxupé, retornando depois a Pouso Alegre, onde recebeu ordens maiores das mãos de D. Otávio Chagas de Miranda, Bispo de Pouso Alegre.


Em 18.09.1920, foi ordenado sacerdote, juntamente com seu grande amigo, Alderigi Torriani. No dia 20.09.1921, chegou em Brazópolis para celebrar a sua primeira missa. Foi recebido por Pe. José Corrêa, vigário local, pelo povo, pelas autoridades e associações religiosas, com muita festa.Celebrou sua primeira missa na Capela de Nossa Senhora Aparecida. Em 1922, foi nomeado coadjutor do vigário de Pouso Alegre, Monsenhor Furtado de Mendonça.
Em 1922, foi nomeado vigário de Delfim Moreira, onde ficou até o ano seguinte, sendo transferido para a Paróquia de Cambuí, onde ficou por 4 anos. Em 19.03.1927, foi transferido para Brazópolis, por D. Otávio Chagas de Miranda, onde substituiu o Cônego Herculano Moreira, que foi transferido para outra paróquia. Chegou em Brazópolis, às 10 horas da manhã, sendo recebido com muita festa pelos seus conterrâneos. Em 22.01.1930, foi levado ao canonicato. Em 18.09.58, foi levado a Monsenhor, no 38º ano de sua ordenação sacerdotal.

Em 18.09.1945, celebrou suas Bodas de Prata Sacerdotal, em missa solene, juntamente com seu amigo Cônego Alderigi que, também, neste dia, celebrava Bodas de Prata, em Santa Rita do Sapucaí. Em 18.09.1970, celebrou Bodas de Ouro Sacerdotal em meio a uma grande festa organizada pelos seus paroquianos.




Neste dia teve a honra de receber a visita de muitos religiosos e da contemplação da imagem de Nossa Senhora Aparecida, trazida pelo Padre Vítor.


Monsenhor Quinzinho foi um verdadeiro ministro de Deus. Transpirava bondade, estava sempre pronto a ajudar quem precisasse dele. Não fazia distinção entre ricos e pobres, pretos e brancos, velhos ou crianças. Tinha sempre uma palavra amiga a todos. Participava dos problemas da cidade e, muitas vezes, deixava de comer para alimentar um pobre. A casa paroquial estava sempre cheia de pessoas que lhe procuravam e eram sempre atendidas, com carinho. Foi um missionário exemplar. Para ele não importava se era dia ou noite, se chovia ou fazia sol, pois, a qualquer hora, ele saía, sempre com sua batina e chapéu pretos, montado em seu cavalo Segredo, para levar a comunhão a um doente, mesmo que esse morasse a muitos quilômetros de distância. Essas suas viagens a cavalo, renderam-lhe muitos problemas em sua coluna, assim como, problemas em suas pernas, ocasionado por varizes.
A morte colheu-o numa manhã fria de julho, dia 16.07.1971, aos 74 anos de idade e 51 de sacerdócio. Faleceu em um hospital em Pouso Alegre, após breve enfermidade. Brazópolis pode contar com o Padre Quinzinho, como gostava de ser chamado, por 44 anos. Ele partiu para junto do Pai mas, até hoje, ajuda seus paroquianos, sempre que algum pedido lhe é feito. O povo de Brazópolis, hoje, trabalha para a sua beatificação, embora ele já tenha se tornado santo, há muito tempo, em nossos corações. Não desejou nada além de uma morte simples, sem epitáfio. A alma generosa do povo deu-lhe um túmulo de mármore negro, onde, perenemente, ardem velas votivas e se pedem graças por intermédio de sua alma que continua esparzindo-as e consolando os infelizes.
